Artigo no livro A Cultura do Papel - Editora Casa da Palavra, Fundação Eva Klabin Rapaport, RJ, lançado em 1999, 190 páginas. Organização: Marcio Doctors, com ensaios de Fayga Ostrower, Helio Jaguaribe, José Mindlin, Ana Virginia Pinheiro e Ricardo Joppert.
Fayga escreveu o texto intitulado Da gravura chinesa à imagem do computador. (28 páginas, 26 ilustrações):
"As formas de arte são formas de matéria. De determinada matéria. Suas formas características se apresentam como o "vocabulário", por assim dizer, de uma linguagem formal. O que aqui está sendo apontado é um fato importante, a saber: todas as linguagens artísticas são de natureza não-verbal. É preciso não confundir o não-verbal com o pré-verbal, este último representado por um estágio anterior à fala. São linguagens não-verbais, não-conceituais, são linguagens formais, de formas.
O que leva a um outro ponto importante: em si, essas formas são intraduzíveis. Ou seja, no nível do "vocabulário" de uma determinada linguagem, no nível de seus elementos básicos, qualquer tradução ou paráfrase, ou comparação, torna-se impossível. Dizer, por exemplo, que a cor "azul" pode ser comparada à "escala de dó maior" não explica nada e não faz o menor sentido. Tais comparações são inteiramente arbitrárias. O "azul" nunca poderia ser formalmente elaborado num contexto musical, assim como a "escala de dó maior" não poderia participar de uma relação colorística. São formas derivadas de matérias distintas, cada qual com suas características sensuais e formais".
Editora Casa da Palavra, Fundação Eva Klabin Rapaport
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