Militante antifascista, historiador autodidata, comerciário, viveu no Brasil, de 1937 a 1992
Jawor, Polônia (antes Alemanha), 29-05-1913 | Rio de Janeiro, 30-04-1992
Filho de um comerciante judeu da Baixa Silésia, estudou medicina em Breslau, mas não terminou os estudos. Entrou para o movimento jovem do KPO (Partido Comunista da Alemanha – Oposição), uma dissidência à linha stalinista fundada em 1928 e operava só na clandestinidade. Foi preso em novembro de 1934 por atividades antifascistas, condenado a dois anos e meio de prisão. Depois de cumprir a sentença, perdeu a cidadania alemã e foi obrigado a deixar a Alemanha no prazo de uma semana. Veio para o Brasil, onde já morava seu irmão Kurt Ostrower.
Bibliófilo e dono de uma vasta erudição, Heinz frequentava a Livraria Kosmos, na Rua do Rosário, centro do Rio de Janeiro, onde se reuniam muitos intelectuais de esquerda. Ali conheceu a refugiada polonesa Fayga Krakowski, com quem se casou em 1941. A ajuda e o apoio do marido foram fundamentais para a carreira artística de Fayga. Logo após o nascimento do primeiro filho ambos se naturalizaram brasileiros. Para sobreviver, Heinz trabalhava no comércio, mas retomou a atividade política, ministrando em casa cursos de formação marxista e sobre as grandes questões da história contemporânea.
No final da década de 1970, centrou suas atividades no Centro de Estudos e Ação Comunitária (CEAC), sediado em Nova Iguaçu e voltado para o apoio aos movimentos sociais das populações carentes da Baixada Fluminense e Jacarepaguá. Lá acompanhou os debates sobre a Assembleia Constituinte de 1988. Presidiu a entidade de 1983 a 1989, depois de se aposentar.
Após seu falecimento o acervo de Heinz foi doado por Fayga para o Arquivo Edgard Leuenroth da Universidade de Campinas, especializado na história da esquerda no Brasil. Foram mais de 500 títulos de economia, socialismo e marxismo, história da Revolução Francesa, da Revolução Russa, da China e da Alemanha, além de livros, periódicos, textos e correspondência, com destaque para as cartas trocadas com Isaac Deutscher (biógrafo de Trótsky e Stálin) e textos ainda inéditos sobre a ascensão do nazismo e a Revolução Russa.
