Instituto Fayga Ostrower

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Herdeiros Fayga Ostrower

tributo a heinz 2205
Heinz Ostrower e sua filha. 1983, Retrospectiva Fayga Ostrower, obra gráfica 1944-1983, MNBA, RJ. Acervo Instituto Fayga Ostrower

Jawor, Polônia (antes Alemanha), 29-05-1912 – Rio de Janeiro, 30-04-1992

Sou conhecida como filha de Fayga, mas também sou filha de Heinz. Meu pai, de família judia, era socialista e lutava contra o nazismo. Aos 20 anos foi preso e ficou 3 anos na cadeia. Quando foi solto, perdeu a nacionalidade e foi deportado da Europa, política utilizada para impedir que os esquerdistas fossem lutar contra Franco, na Espanha.

Veio para o Rio, onde estava seu irmão e depois trouxeram seus pais. Aqui, por ser alemão, meu pai foi visto de novo como inimigo, quando Getúlio decidiu apoiar os americanos. A família de minha mãe também fugiu do nazismo, veio para o Rio e os primeiros anos não foram nada fáceis. Dos dois lados da família quase ninguém sobreviveu na Europa.

Heinz Ostrower viveu no Brasil de 1937 a 1992. Conseguiu a cidadania brasileira em 1949, quando nasceu seu primeiro filho, Carl Robert. Foi historiador autodidata e, em 1999, escreveu o texto “A ascensão de Hitler ao poder na República de Weimar”, importante para entendermos a realidade brasileira atual. O texto encontra-se no acervo do Instituto Fayga Ostrower.

Nos últimos nos de vida foi presidente do Centro de Estudos e Ação Comunitária – CEAC, ONG com ação nas periferias de Nova Iguaçu e Jacarepaguá. Sua biblioteca foi doada para o Arquivo Edgard Leuenroth, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, SP. Deixou dois filhos, Anna Leonor (Noni) e Carl Robert; e três netos, João Rodrigo, Leticia e Tatiana.

Estamos agora na terceira geração de antifascistas. Salve Heinz!